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Chão de Estrelas

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Título: Chão de Estrelas
Compositor: Orestes Barbosa e Sílvio Caldas
Ano: 1937

"Chão de Estrelas"é uma célebre seresta cuja composição ficou a cargo de Orestes Barbosa e Sílvio Caldas no ano de 1937, considerada um clássico da Música Popular Brasileira. Anos mais tarde, uma versão jocosa foi gravada pelos Mutantes.

Sobre "Chão de Estrelas", escreveu o poeta Manuel Bandeira:

"Se fizessem aqui um concurso, como fizeram na França, para apurar qual o verso mais bonito da nossa língua, talvez eu votasse naquele de Orestes Barbosa em que ele diz: "Tu pisavas os astros distraída..."
(Jornal do Brasil, 18 de janeiro de 1956)

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Orestes Barbosa e Sílvio Caldas, visite o blog Famosos Que Partiram.



Chão de Estrelas

Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de 'doirado'
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Nosso barracão no morro do salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua furando nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas nos astros distraída
Sem saber que a alegria desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão


Fonte: Wikipédia

Manhã de Carnaval

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Título: Manhã de Carnaval
Compositor: Luiz Bonfá e Antônio Maria
Ano: 1959

"Manhã de Carnaval"é o nome da canção mais popular de Luiz Bonfá e Antônio Maria, gravada na trilha sonora do filme "Orfeu Negro", em 1959. Esta canção se tornou tradicional nos meios de jazz estadunidense e é tocada regularmente também por muitos artistas internacionais. A canção é considerada uma das mais importantes canções no mercado do jazz brasileiro nos Estados Unidos, que ajudou a estabelecer o movimento da bossa nova no final da década de 1950.

Existem também outras versões da música com letra adaptada para o inglês, mas a versão mais popular, até mesmo no estrangeiro, ainda é a de nome e letra em português. Vários grandes nomes da música já interpretaram esta canção, com versões instrumentais ou a versão original com vocais, nomes como: Chet Atkins, John McLaughlin, George Benson, Placido Domingo, Stan Getz, Cher, e vários outros.

"Manhã de Carnaval" introduziu Luiz Bonfá à fama com reconhecimento internacional em 1959: apresentando a bossa nova ao mundo com sua vasta produção sonora em discos de diversos artistas; com o lançamento internacional do filme "Orfeu Negro"; e, com a apresentação de vários shows de Luiz Bonfá no exterior além de outros nomes populares do mercado de música internacional interpretando esta canção ao vivo nos auditórios de outros países.

A Canção de Orfeu Negro

Embora a maioria das canções do filme "Orfeu Negro" tenham sido compostas por Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, enquanto que "Manhã de Carnaval" era apenas uma das duas canções do compositor, Luiz Bonfá - a outra canção sendo "Samba de Orfeo" -, "Manhã de Carnaval" foi a canção que ficou popularizada e consagrada internacionalmente como o tema do filme. Tal foi o sucesso de Luiz Bonfá com "Manhã de Carnaval" que esta levou-o aos Estados Unidos para uma série de aparições na TV.

Trívia
  • 2004 - "Manhã de Carnaval"é usada para o filme de Kim Ki-duk, "Bin-jip" (título internacional em inglês "3-Iron").
  • "Orfeu Negro", o filme para qual esta canção foi escrita, ganhou um Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira, 1959.

Versão Com Letra Em Outras Línguas

Várias versões com letra em outras línguas foram escritas. Embora não tão popular como a versão em português. A canção pode ser encontrada com letra em inglês, em espanhol e em outras línguas também, mas nenhuma outra versão se tornou tão popular como a versão original de Luiz Bonfá e Antônio Maria.

Luís Miguel como Julio Iglesias cantam a versão popular em espanhol, com título "Mañana de Carnaval", embora com ritmos bem diferentes em cada versão hispânica.

Cher, George David Weiss, Hugo Peretti, e Luigi Creatore escreveram uma letra chamada, "Carnival". Esta foi a versão gravada por Perry Como em 1963, e de novo, com o nome original, "Manhã de Carnaval", três anos depois, em 1966.

Carl Sigman escreveu versão de letra em inglês intitulada "A Day In The Life Of A Fool", novamente adaptando à música original de Luiz Bonfá.

Ziad Al Rahbani, compositor libanês, adaptou em 2002 "Manhã de Carnaval" com o nome "Shou Bkhaf", em árabe (Tradução Português "Como Temo"), com letra de Ziad Al Rahbani - um dos líderes em Jazz Oriental.

Fairouz, cantora libanesa bem conhecida no mundo árabe, lançou a canção em seu álbum intitulado "Wala Kif".

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Luiz Bonfá e Antônio Maria, visite o blog Famosos Que Partiram.



Manhã de Carnaval

Manhã, tão bonita manhã
Na vida, uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso, tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que virás

Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábios teus

Canta o meu coração
Alegria voltou
Tão feliz a manhã
Deste amor


Fonte: Wikipédia

Alguém Me Disse

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Título: Alguém Me Disse
Compositor: Evaldo Gouveia e Jair Amorim
Ano: 1960

"Alguém Me Disse"é uma canção brasileira de estilo bolero, composta pela dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim, e lançada em 1960, quase simultaneamente, por Anísio Silva (no álbum "Alguém Me Disse"), Maysa (no álbum "Voltei"), Cauby Peixoto (no álbum "O Sucesso Na Voz de Cauby Peixoto"), entre outros.

A canção conseguiu maior exito com Anísio Silva, tornando-se o maior sucesso do cantor, logo no primeiro álbum. O sucesso foi tão grande, que o disco vendeu mais de dois milhões de cópias, tornando Anísio Silva o primeiro cantor brasileiro a ganhar um disco de ouro. Os compositores, que costumavam criar samba-canções, passaram a se dedicar mais ao bolero, desde então.

Regravada diversas vezes, por vários cantores, a canção ainda é lembrada nos dias de hoje por novas gerações da Música Popular Brasileira. Em 1990, foi a vez de Gal Costa, em seu álbum "Plural". Em 1997 foi Emílio Santiago. Ana Carolina, em seu primeiro álbum em 1999, regravou "Alguém Me Disse" com um arranjo de violoncelo. Em 2001, Simony regravou a canção para seu álbum "Simplesmente Eu".

Trilhas Sonoras

A versão de Anísio Silva está na trilha sonora da telenovela "Os Imigrantes - Terceira Geração", exibida na Rede Bandeirantes em 1982.

A versão de Gal Costa está na segunda trilha sonora nacional da telenovela "Tieta", exibida na Rede Globo em 1989. A cantora gravou um clipe para a canção que foi exibido no programa "Fantástico". Com o sucesso, Gal Costa adicionou a canção ao seu álbum "Plural", no ano seguinte.

A versão de Maysa está na trilha sonora nacional da telenovela "Páginas da Vida", exibida na Rede Globo em 2006.



Alguém Me Disse

Alguém me disse
que tu andas novamente.
De novo amor, nova paixão,
toda contente.

Conheço bem tuas promessas,
outras ouvi iguais a essas.
E esse teu jeito de enganar,
conheço bem.

Pouco me importa
que te beijam tantas vezes.
E que tu mudes de paixão
todos os meses.

Se vais beijar, como eu bem sei.
Fazer sonhar, como eu sonhei.
Mas sem ter nunca,
amor igual ao que eu te dei.


Fonte: Wikipédia

Cálice

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Título: Cálice
Compositor: Gilberto Gil e Chico Buarque
Ano: 1973

"Cálice"é uma canção escrita e originalmente interpretada pelos cantores brasileiros Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973. Na canção percebe-se um elaborado jogo de palavras para despistar a censura da ditadura militar. A palavra-título, por exemplo, é cantado pelo coral que acompanha o cantor de forma a soar como um raivoso "Cale-se!". A canção teve sua execução proibida durante anos no Brasil. Só foi lançada em disco em novembro de 1978 no álbum "Chico Buarque", tendo Milton Nascimento nos versos de Gilberto Gil, e também em dezembro no álbum "Álibi" de Maria Bethânia. A cantora Pitty regravou essa canção em 2010, numa versão rock 'n roll.


História

"Cálice" foi composta para o show Phono 73, que a gravadora Phonogram (Ex Philips, e depois Polygram) organizou no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, em maio de 1973. O evento reuniria em duplas os maiores nomes de seu elenco, onde deveria ter sido cantada por Gilberto Gil e Chico Buarque.

Gilberto Gil havia composto o refrão "Pai, afasta de mim este cálice / de vinho tinto de sangue", uma óbvia alusão à agonia de Jesus Cristo no Calvário, tendo a ambiguidade (cálice / cale-se) sido imediatamente percebida por Chico Buarque. Gilberto Gil havia composto ainda a primeira estrofe da canção. A partir de dois encontros com Chico Buarque, compôs a melodia e as demais estrofes, quatro no total, sendo a primeira e a terceira de Gilberto Gil e a segunda e a quarta de Chico.

No dia do show, quando os dois começaram a cantar "Cálice" tiveram os microfones desligados. De acordo com Gilberto Gil, a canção havia sido apresentada à censura e eles foram recomendados a não cantá-la. Os dois haviam decidido, então, cantar apenas a melodia da canção, pontuando-a com a palavra "cálice", mas isto também não foi possível.

Segundo o relato do Jornal da Tarde, a Phonogram resolveu cortar o som dos microfones, para evitar que a música, mesmo sem a letra, fosse apresentada. Irritado, Chico Buarque tentou os microfones mais próximos, que também foram cortados em seguida.

A canção foi eventualmente liberada cinco anos depois, tendo sido lançada em novembro de 1978 no álbum "Chico Buarque" ao lado de "Apesar de Você", "O Meu Amor", "Tanto Mar" e outras canções censuradas pelo regime militar. À época, Chico Buarque declarou que aquele não era o tipo de canção que estava compondo pois estava trabalhando no repertório de "Ópera do Malandro", mas que elas deveriam ser registradas, pois a liberação tardia não pagava o prejuízo da proibição. Na gravação, as estrofes de Gilberto Gil, que estava trocando a PolyGram pela WEA, foram interpretadas por Milton Nascimento, fazendo coro com o MPB4, em dramático arranjo de Magro.

Em dezembro do mesmo ano, foi a vez da cantora Maria Bethânia gravar a canção também no seu álbum "Álibi"Maria Bethânia interpretou a canção com a força dramática que já era conhecida como sua marca. A teatralidade da cantora adicionou mais significado em cada palavra interpretada por ela. Um clipe com a performance da cantora foi exibido na época pelo programa "Fantástico" da Rede Globo.



Cálice

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor e engolir a labuta?
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada, prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda (Cálice!)
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!)
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno (Cale-se!)
Nem seja a vida um fato consumado (Cale-se!)
Quero inventar o meu próprio pecado (Cale-se!)
Quero morrer do meu próprio veneno (Pai! Cale-se!)
Quero perder de vez tua cabeça! (Cale-se!)
Minha cabeça perder teu juízo. (Cale-se!)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (Cale-se!)
Me embriagar até que alguém me esqueça (Cale-se!)


Fonte: Wikipédia

Estrada da Vida

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Título: Estrada da Vida
Compositor: José Rico
Ano: 1977

"Estrada da Vida"é uma canção composta por José Rico, da dupla sertaneja Milionário & José Rico. A música foi gravada pela própria dupla como faixa-título do LP "Milionário & José Rico Volume 5", no ano de 1977, e, sem dúvida, tornou-se o maior sucesso da carreira de Milionário & José Rico.

Esta música lendária proporcionou a venda de mais de dois milhões de discos e originou o roteiro do filme "Estrada da Vida", baseado na própria vida dos integrantes da dupla e dirigido por Nelson Pereira dos Santos, onde os próprios cantores Milionário e José Rico interpretam seus próprios papeis.

Sucesso enorme em todo o Brasil, o filme "Estrada da Vida" conquistou o primeiro lugar no Festival Internacional de Filmes de Brasília e foi vendido para diversos países, inclusive a China. Milionário e José Rico foram convidados pelo governo Chinês a se apresentarem naquele país, no ano de 1985, excursão que durou um mês, num intercâmbio cultural, no qual a dupla foi mostrar sua música para o outro lado do mundo. Foi a primeira dupla brasileira que visitou esse país.



Estrada da Vida

Nessa longa estrada da vida
Vou correndo e não posso parar
Na esperança de ser campeão
Alcançando o primeiro lugar

Mas o tempo cercou minha estrada
E o cansaço me dominou
Minhas vistas se escureceram
E o final da corrida chegou

Este é o exemplo da vida
Para quem não quer compreender
Nós devemos ser o que somos
Ter aquilo que bem merecer

Mas o tempo cercou minha estrada
E o cansaço me dominou
Minhas vistas se escureceram
E o final desta vida chegou


Fonte: Wikipédia

Ave Maria no Morro

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Título: Ave Maria no Morro
Compositor: Herivelto Martins
Ano: 1942

"Ave Maria no Morro"é uma canção composta por Herivelto Martins e gravada por seu Trio de Ouro em 1942.

Herivelto Martins escreveu a canção enquanto escutava o barulho de pardais se recolhendo às árvores para dormir. A partir disso compôs os seguintes versos da canção:

"tem alvorada, tem passarada, ao alvorecer / sinfonia de pardais, anunciando o anoitecer"

A canção narra que os moradores de uma favela carioca, referenciados apenas como "morro", rezam uma Ave-Maria coletiva pedindo uma vida melhor antes de se retirarem para seus barracões durante o anoitecer.

Entusiasmado com a canção que acabara de compor, Herivelto Martins resolveu interpretá-la para o amigo Benedito Lacerda com seu Trio de OuroHerivelto Martins disse que estava crente de que agradariam a Benedito Lacerda, mas terminada a apresentação, Benedito Lacerda tirou os óculos e lhes disse: "Isso é música de igreja, vamos fazer música para ganhar dinheiro!"

Certo tempo depois, o Trio de Ouro gravou a canção, que se transformou num enorme sucesso, mesmo após o Dom Sebastião Leme tê-la considerado uma heresia e ter pedido por seu banimento, que só não foi concretizado devido às relações de amizade que Herivelto Martins mantinha com os censores da época.

Curiosidades

A canção foi regravada pela banda de heavy metal e hard rock, Scorpions, no álbum "Taken B Side" em castelhano.

A música também aparece no álbum "Live Bites", que traz faixas gravadas ao vivo em várias partes do mundo. "Ave Maria no Morro" foi cantada para a platéia mexicana, aparentemente o vocalista Klaus Meine acreditava estar cantando uma música mexicana e, pelo que se dá para notar da pronúncia ruim do cantor (um alemão cantando em espanhol) a letra pouco tem a ver com o original em português, mas a melodia é a mesma.

Com o título "Ave Maria", esta música foi gravada também pelo famoso cantor húngaro Zámbó Jimmy, conhecido como "The King", que faleceu aos 42 anos, em 2001, vítima de um suicídio acidental.

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Herivelto Martins, visite o blog Famosos Que Partiram.



Ave Maria no Morro

Barracão 
de zinco, sem telhado 
Sem pintura, lá no morro 
Barracão é bangalô 

Lá não existe 
felicidade de arranha-céu 
Pois quem mora lá no morro 
já vive pertinho do céu 

Tem alvorada, 
tem passarada, alvorecer 
Sinfonia de pardais 
anunciando o anoitecer 

E o morro inteiro 
no fim do dia 
Reza uma prece 
Ave Maria. 

E o morro inteiro 
no fim do dia 
Reza uma prece 
Ave Maria. 

Ave Maria 
Ave Maria 

E quando o morro escurece 
eleva a Deus uma prece 
Ave Maria 

Tem alvorada, 
tem passarada, alvorecer 
Sinfonia de pardais 
anunciando o anoitecer. 

E o morro inteiro 
no fim do dia 
Reza uma prece 
Ave Maria 

O morro inteiro 
no fim do dia 
Reza uma prece 
Ave Maria 


Fonte: Wikipédia

A Banda

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Título: A Banda
Compositor: Chico Buarque
Ano: 1966

"A Banda"é uma canção de 1966 composta e interpretada pelo músico brasileiro Chico Buarque. Foi lançada no primeiro álbum do cantor, "Chico Buarque de Hollanda".  O disco conta com 12 faixas que somam aproximadamente 30 minutos de reprodução.

A música narra um episódio de uma banda musical que desperta a alegria da "gente sofrida" de uma cidade de interior descrita por Chico Buarque ao longo da canção. Após a sua vitória no Festival de Música Popular Brasileira, a música fez um grande sucesso, vendendo 55 mil cópias em apenas quatro dias.

A canção ganhou o Festival de Música Popular Brasileira no mesmo ano de seu lançamento, interpretada por Chico Buarque e Nara Leão. Dividindo o prêmio com a música "Disparada", de Geraldo Vandré e Théo de Barros e interpretada por Jair Rodrigues, em um empate que não foi bem esclarecido à época, "A Banda" ganhou US$ 6.800 como prêmio.



A Banda

Estava à toa na vida
o meu amor me chamou.
Pra ver a banda passar
cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem

A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
cantando coisas de amor

Estava à toa na vida
o meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
pensando que a banda tocava pra ela

A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
pra ver a banda passar cantando coisas de amor

Mas para meu desencanto
o que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
depois que a banda passou

E cada qual no seu canto
em cada canto uma dor
Depois da banda passar
cantando coisas de amor
Depois da banda passar
cantando coisas de amor

Fonte: Wikipédia

A Flor e o Espinho

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Título: A Flor e o Espinho
Compositor: Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha
Ano: 1957

"A Flor e o Espinho"é um samba de Nelson Cavaquinho em parceira com Guilherme de Brito, e também participação de Alcides Caminha.

Composta em 1957, com letra de Guilherme de Brito, com também participação da Alcides Caminha, enquanto a melodia é de Nelson Cavaquinho, "A Flor e o Espinho" foi feita durante um encontro na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, entre Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho.

A canção sintetiza o estilo poético/musical da dupla, marcado por um lirismo angustiado, pessimista, em que ressalta uma constante preocupação com a morte e as tragédias da vida.

Foi gravada pela primeira vez naquele mesmo ano, por Raul Moreno, em seu disco lançado pela gravadora Todamérica. Mas a versão não teve sucesso. Somente em 1964, com uma gravação de Elizeth Cardoso para seu disco "Elizeth Sobe o Morro", o samba fez sucesso de público e crítica.

Por conta desse sucesso através da cantora Elizeth Cardoso, muitos informam erroneamente que "A Flor e o Espinho" foi composta em 1964.
    
Em 1973, a canção foi gravada por Nelson Cavaquinho, mas como pot-pourri, para seu álbum homônimo.

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, visite o blog Famosos Que Partiram.



A Flor e o Espinho

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca flor
Eu só errei quando juntei minh´alma à sua
O sol não pode viver perto da lua

É no espelho que eu vejo a minha mágoa
A minha dor e os meus olhos rasos d´água
Eu na tua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em teu amor


Fonte: Wikipédia

Como Dois e Dois

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Título: Como Dois e Dois
Compositor: Caetano Veloso
Ano: 1971

"Como Dois e Dois"é uma composição de 1971 de autoria de Caetano Veloso e lançada por Roberto Carlos. Na música Caetano Veloso esclarece em alguns versos que demonstra seus sentimentos em suas canções:

Tudo é igual quando eu canto e sou mudo
Mas eu não minto, não minto,
estou longe e perto
Sinto alegrias tristezas e brinco.

Esclarecendo fatos de que canta sem emoção, na canção ele rebate o fato dizendo entrelinha que pode cantar sem emoção, mas na composição ponha sua emoção.

Mesmo a canção sendo composta em 1971 apenas em 2007 Caetano Veloso a gravou oficialmente no álbum: "Cê - Ao Vivo".

"Como Dois e Dois" foi gravada por Roberto Carlos no estúdio da CBS em St. Louis, EUA, e, não foi por menos, ao se escolher o ritmo "blues", se desejou colocar todos os ingredientes ideológicos que denunciassem a falta de liberdade e expressão imposta pela ditadura do Brasil, e assim temendo qualquer ingerência ou censura no trabalho, Roberto Carlos e sua equipe de produção, não tiveram dúvidas e partiram para os Estados Unidos onde foi feita a gravação, que, curiosamente, contou com uma original banda de blues e um característico coral feminino, mesmo não havendo esse planejamento da equipe.



Como Dois e Dois

Quando você me ouvir cantar
Venha não creia eu não corro perigo
Digo, não digo não ligo, deixo no ar
Eu sigo apenas porque eu gosto de cantar
Tudo vai mal, tudo
Tudo é igual quando eu canto e sou mudo
Mas eu não minto não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias tristezas e brinco

Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco

Quando você me ouvir chorar
Tente não cante não conte comigo
Falo, não calo, não falo, deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam pra consolar
Tudo vai mal, tudo (Tudo... Tudo... Tudo...)
Tudo mudou não me iludo e contudo
A mesma porta sem trinco, o mesmo teto, o mesmo teto
E a mesma lua a furar nosso zinco

Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco 
Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco


Fonte: Wikipédia

Brasil Pandeiro

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Título: Brasil Pandeiro
Compositor: Assis Valente
Ano: 1940

"Brasil Pandeiro"é um samba-exaltação composto por Assis Valente, onde o autor baiano exalta o samba e o povo brasileiro. Junto a "Recenseamento", havia sido composta especialmente para Carmem Miranda, então recém-chegada dos Estados Unidos.

"Brasil Pandeiro"é quase um hino compatível à "Aquarela do Brasil" que, inclusive, possui um motivo rítmico do acompanhamento repetido na canção de Assis Valente, com intenção de imitar o tamborim, e mostra que a escolha do pandeiro como instrumento enquanto adjetivo da nação eleva a batucada ao patamar de valor cultural relevante, pertencente ao domínio dos personagens do mundo do samba.

Carmem Miranda e Assis Valente
Contexto

Em 1940, chegando dos Estados Unidos ao Brasil, Carmem Miranda, no auge de sua fama, recebeu várias composições. Entre elas, "Recenseamento" e "Brasil Pandeiro", de Assis Valente. Ela gravou "Recenseamento", mas, sobre a outra, disse: "Assis, isso não presta. Você ficou borocoxô!"

Assis Valente ficou magoado, principalmente porque a canção adquiriu grande reputação tardia sob a regravação dos Anjos do Inferno. Anos mais tarde, foi popularizada e regravada pelos Novos Baianos em 1972 no álbum "Acabou Chorare", sob a sugestão do mentor do grupo João Gilberto, mas aí Assis Valente já havia falecido.

A atitude de Carmem Miranda foi criticada por pessoas ligadas ao compositor, como o jornalista Enéas Viany, que em 24 de junho de 1941 escreveu:

"(...) Apesar de minha pouca projeção pessoal, procurei sempre elevar o nome dessa portuguesinha que guardava no peito um coração brasileiro (...). Os Anjos do Inferno gravaram, há pouco, o samba "Brasil Pandeiro", de autoria de Assis Valente, compositor de várias músicas de sucesso e que tentou contra a existência em dias de maio findo, por estar em dificuldade de vida. Essa composição ele reservara para Carmen. Queria presenteá-la como uma homenagem introdutora de alguns de seus hits. Ela examinou a música e recusou. (...) Ingratidão sim! Ainda que o samba estivesse destinado ao fracasso, ela deveria olhar para o passado e aceitá-lo. (...) A pequena dos balangandãs com sua atitude perdeu um amigo brasileiro (...). Não valia grande coisa... Mas é sempre melhor contar com amigos incondicionais... E eu pertencia a essa classe. De agora em diante não mais acreditarei na sua inocência, quando um colega lhe fizer acusações."

Interpretação

A canção, de 1940, faz referência ao sucesso da música brasileira - em especial o samba - que atingia o público norte-americano na voz e nas películas da cantora luso-brasileira Carmem Miranda  um amor antigo do próprio Assis Valente.

E não apenas isto: Assis Valente conclama o brasileiro, eminentemente mestiço, como ele próprio, a reconhecer seus próprios valores, nos versos do poeta, que conclui:

"Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor
Eu fui à Penha e pedi à padroeira para me ajudar
Salve o Morro do Vintém, pendura a saia que eu quero ver
Eu quero ver o Tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar"

A canção ainda evoca, em forma de oração:

"Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros
Que nós queremos sambar"



Anjos do Inferno

Rejeitada por Carmem Miranda, "Brasil Pandeiro" terminou sendo gravada pela primeira vez pelos Anjos do Inferno, naquele mesmo ano de 1940, para a Colúmbia Discos. Segundo escrevem os autores, a gravação foi "um dos pontos altos dessa produção, embora os próprios contemporâneos do compositor estivessem de acordo em relação aos modestíssimos recursos do seu violão e à voz quase sempre desafinada do autor". De qualquer forma, terminou sendo um dos maiores sucessos do grupo.

Novos Baianos
Novos Baianos

O grupo Novos Baianos regravou a canção em 1972, no álbum "Acabou Chorare". A gravação de "Brasil Pandeiro" pelo grupo foi influenciada pelo músico João Gilberto, que fez-lhes uma visita enquanto estavam no Rio de Janeiro, e, notando seu estilo elétrico, aconselhou-os a levar "o caminho de volta para casa", a encontrarem suas raízes, a "voltarem-se para dentro de si mesmos". Esta sugestão quase espiritual foi dada por João Gilberto junto a proposta de regravarem "Brasil Pandeiro". Como contou Moraes Moreira em 2010:

"Estávamos influenciados pelo rock, ouvíamos muito Jimi Hendrix, Janis Joplin, todas aquelas bandas dos anos 70. Mas foi ali, com o João Gilberto, que a gente acordou para o samba. Quando ele nos mostrou 'Brasil Pandeiro', do Assis Valente - chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar o seu valor -, entendemos qual era a mensagem dele. Começamos a incorporar no nosso som o cavaquinho, o pandeiro, tudo isso, sem perder a pegada do rock. Era samba com energia de rock. Foi isso que fez os Novos Baianos chegar diferente. Fizemos o disco 'Acabou Chorare', foi um marco."

Foi a primeira canção, e a única, do disco sem ser da autoria do grupo que eles gravaram.

Trata-se de uma versão mais carregada com arranjos de craviola de Pepeu Gomes, e vocais que são executados por Baby Consuelo, Moraes Moreira e Paulinho Boca de Cantor, cada um cantando um verso. A versão dos Novos Baianosé considerada uma das mais bem elaboradas regravações da música. Como escreve Yara Caznok: "Foi uma pena que Assis Valente não tivesse vivido o bastante para desfrutar da gloriosa regravação deles".

Ficha Técnica

Ficha dada por Maria Luiza Kfouri:

  • Baby Consuelo: voz, afoxé
  • Moraes Moreira: voz, violão
  • Paulinho Boca de Cantor: voz, pandeiro
  • Baixinho (José Roberto): bumbo
  • Dadi Carvalho: baixo elétrico
  • Jorginho Gomes: cavaquinho
  • Pepeu Gomes: craviola, violão

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Assis Valente, visite o blog Famosos Que Partiram.



Brasil Pandeiro

Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor
Eu fui a Penha, fui pedir a padroeira para me ajudar

Salve o Morro do Vintém, pendura a saia eu quero ver
Eu quero ver o tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar

O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada
Anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato

Vai entrar no cuzcuz, acarajé e abará
Na Casa Branca já dançou a batucada de ioiô, iaiá

Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar

Há quem sambe diferente noutras terras, outra gente
Num batuque de matar

Batucada, reunir nossos valores
Pastorinhas e cantores
Expressão que não tem par, ó meu Brasil

Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar
Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar

Ô, ô, sambar, Ô, ô, sambar... Ô, ô, sambar...


Fonte: Wikipédia

Modinha Para Gabriela

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Título: Modinha Para Gabriela
Compositor: Dorival Caymmi
Ano: 1975

"Modinha Para Gabriela"é uma canção composta por Dorival Caymmi em 1975, e que ficou notabilizada na voz de Gal Costa.

Contrariando seus hábitos, o cantor e compositor baiano Dorival Caymmi concordou em fazer por encomenda o tema de abertura da telenovela "Gabriela", produzida e exibida pela Rede Globo em 1975 e baseada no romance "Gabriela, Cravo e Canela", de Jorge Amado.

A letra e a música foram compostas no apartamento de Dorival Caymmi, em Copacabana, Rio de Janeiro, de uma única sentada, na tarde de 12 de março de 1975. A letra descreve a liberdade de espírito da protagonista, interpretada pela atriz Sônia Braga, e suas principais características.

Gal Costa foi escolhida para interpretar a canção-tema, que se tornou um grande sucesso na carreira da cantora baiana. O grande sucesso produzido por "Modinha Para Gabriela" inspiraria o álbum "Gal Canta Caymmi", contendo apenas composições de Dorival Caymmi e lançado em 1976.

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Dorival Caymmi, visite o blog Famosos Que Partiram.



Modinha Para Gabriela

Quando eu vim para esse mundo,
Eu não atinava em nada
Hoje eu sou Gabriela
Gabriela, iê... Meus camarada!

Eu nasci assim, eu cresci assim,
E sou mesmo assim, vou ser sempre assim:
Gabriela, sempre Gabriela!
Quem me batizou, quem me nomeou,
Pouco me importou, é assim que eu sou
Gabriela, sempre Gabriela!

Quando eu vim para esse mundo,
Eu não atinava em nada
Hoje eu sou Gabriela
Gabriela, iê... Meus camarada!

Eu nasci assim, eu cresci assim,
E sou mesmo assim, vou ser sempre assim:
Gabriela, sempre Gabriela!
Quem me batizou, quem me nomeou,
Pouco me importou, é assim que eu sou
Gabriela, sempre Gabriela!

Eu sou sempre igual não desejo o mal
Amo o natural, etc e tal.
Gabriela, sempre Gabriela!

Eu nasci assim, eu cresci assim,
E sou mesmo assim, vou ser sempre assim:
Gabriela, sempre Gabriela!
Quem me batizou, quem me nomeou,
Pouco me importou, é assim que eu sou
Gabriela, sempre Gabriela!

Eu sou sempre igual não desejo o mal
Amo o natural, etc e tal.
Gabriela, sempre Gabriela!



Fonte: Wikipédia

Desafinado

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Título: Desafinado
Compositor: Tom Jobim e Newton Mendonça
Ano: 1958

"Desafinado"é uma canção bossa nova, composta por Tom Jobim e Newton Mendonça lançada como um single por João Gilberto em 1958 e incluída em seu álbum de estreia, "Chega de Saudade", lançado em 1959.

A canção é uma resposta à crítica da época, que considerava a bossa nova "música para cantores desafinados".

A canção foi posteriormente gravada por diversos artistas, incluindo Tom Jobim, Herb Alpert, Ella Fitzgerald e Stan Getz, que em 1963 ganhou o Grammy de Melhor Performance de Jazz Por Um Solista ou Grupo Pequeno. Duas adaptações da canção para a língua inglesa foram realizadas: "Slightly Out Of Tune", por Jon Hendricks e "Off Key", por Gene Lees.

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Tom Jobim, visite o blog Famosos Que Partiram.



Desafinado

Quando eu vou cantar, você não deixa
E sempre vêm a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar
Você é tão bonita, mas tua beleza também pode se enganar

Se você disser que eu desafino amor
Saiba que isto em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm o ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu

Se você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é Bossa Nova, isto é muito natural

O que você não sabe nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Rolley-Flex
Revelou-se a sua enorme ingratidão

Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração


Fonte: Wikipédia

Lábios Que Eu Beijei

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Título: Lábios Que Eu Beijei
Compositor: J. Cascata e Leonel Azevedo
Ano: 1937

"Lábios Que Eu Beijei"é uma composição de J. Cascata e Leonel Azevedo, gravada em 78 rpm por Orlando Silva no ano de 1937, se tornando assim um dos maiores sucessos de sua brilhante carreira, tendo no verso do disco, da mesma dupla J. Cascata e Leonel Azevedo, o samba "Juramento Falso", ambos com a orquestra  Vitor brasileira sob regência de Radamés Gnatalli.

Para conhecer mais sobre a vida e obra de J. Cascata, visite o blog Famosos Que Partiram.



Lábios Que Eu Beijei

Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Numa noite de luar, assim
O mar na solidão bramia
E o vento a soluçar, pedia
Que fosses sincera para mim

Nada tu ouviste
E logo que partiste
Para os braços de outro amor
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou estátua perenal da dor

Passo os dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor, sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais
Deus tem compaixão deste infeliz
Porque sofrer assim
Compadecei-vos dos meus ais.
Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor
Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Volta vem curar a minha dor


Fonte: Cifra Club

Preta Pretinha

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Título: Preta Pretinha
Compositor: Luiz Galvão e Moraes Moreira
Ano: 1972

"Preta Pretinha"é uma canção do grupo baiano Novos Baianos, lançada em 1972 no álbum "Acabou Chorare".

Gravação

A canção foi gravada no estúdio Somil. Aparece duas vezes no disco "Acabou Chorare" de 1972. A primeira versão com duração de 6:40 minutos (Faixa 2) e a segunda com 3:25 minutos (Faixa 10). As duas versões foram lançadas pois a gravadora se preocupava com a duração da canção de quase sete minutos (a original), que poderia ser rejeitada pelas rádios, então a versão alternativa foi incluída no disco. Por fim, a versão mais tocada nas rádios foi a mais longa.

Letra

A letra foi escrita por Luiz Galvão para uma moça que havia conhecido em Niterói, RJ, numa viagem do grupo Novos Baianos ao Rio de Janeiro.

"A jovem combinou comigo para que eu fosse a Niterói conhecer seu pai e, na volta, ela viria morar comigo no apartamento dos Novos Baianos, em Botafogo. Pegamos a barca, conheci o pai dela, mas, na volta, ela se arrependeu e voltou para o seu namorado. À noite, escrevi a letra sob o impacto desse insucesso e, na certa, o subconsciente deu uma panorâmica em todas as minhas histórias de amor."
(Luiz Galvão)

A inspiração para completar a canção foi de uma antiga namorada de Juazeiro.

Música

A melodia foi composta por Moraes Moreira com arranjos de Pepeu Gomes. Possui uma harmonia simples, que torna possível de se acompanhar com apenas dois acordes. A introdução em bandolim é tocada por Pepeu Gomes, o que foi enfatizado depois por Moraes Moreira tanto na primeira quanto na segunda parte da canção.

O final contém uma insistente repetição dos versos "eu ia lhe chamar / enquanto corria a barca", com um coro e uma subida de oitava do vocalista, que torna a canção ainda mais memorável.

Repercussão

A canção foi o maior sucesso comercial dos Novos Baianos, e uma das mais tocadas do ano de 1972. Os direitos autorais da canção permitiram que o letrista Luiz Galvão adquirisse um sítio na época de lançamento da canção.

Outras Versões
  • Moraes Moreira regravou a canção em carreira solo.
  • Chico Science teria feito uma nova versão desta música para a coletânia que homenagearia os Novos Baianos, que nunca foi lançada. Não se sabe se foi ou não gravada a versão, já que a nota que anunciava foi pouco antes da morte do ex-vocalista do Nação Zumbi.
  • Márcia Castro regravou a canção em 2012.



Preta Pretinha

Enquanto eu corria
Assim eu ía
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca

Por minha cabeça não passava
Só! Somente Só!
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser
Só! Só! Somente Só!
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser
Só! Somente Só!
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser
Só! Só! Somente Só!
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser

Laiá, larará, lararará, larará
Preta, preta, pretinha!
Preta, preta, pretinha!
Preta, preta, pretinha!
Preta, preta, pretinha!


Abre a porta e a janela
E vem ver o sol nascer... (6x)

Eu sou um pássaro
Que vivo avoando
Vivo avoando
Sem nunca mais parar
Ai Ai! Ai Ai! Saudade
Não venha me matar
Ai Ai! Ai Ai! Saudade
Não venha me matar
Ai Ai! Saudade
Não venha me matar
Ai Ai! Ai Ai! Saudade
Não venha me matar

Lhe chamar!
Lhe chamar!
Eu ia lhe chamar!
Eu ia lhe chamar...


Fonte: Wikipédia

Mulher Rendeira

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Título: Mulher Rendeira
Compositor: Lampião
Ano: 1922

"Mulher Rendeira", também conhecida como "Mulé Rendeira" ou "Muié Rendeira" (regionalismo), é uma canção brasileira de xaxado.

A origem da música é algo controversa. Segundo a versão mais conhecida de Frederico Bezerra Maciel, regionalista pernambucano e biógrafo de Virgulino Ferreira da Silva o Lampião, é de que o mesmo teria escrito os versos da versão original da música. A ele se acrescenta Câmara Cascudo, segundo o qual Lampião teria escrito a letra em homenagem ao aniversário de sua avó Dona Maria Jocosa Vieria Lopes, "Tia Jacosa", em 15 de setembro de 1921, que era uma rendeira. Lampião compôs a música entre setembro de 1921 e fevereiro de 1922, quando apresentou a música em Floresta, PE.

A música tornou-se praticamente um hino de guerra dos cangaceiros do bando de Lampião, tendo inclusive relatos de que o seu ataque à Mossoró, RN, em 1927 teria sido feito com mais de 50 cangaceiros cantando "Mulher Rendeira".

"Mulher Rendeira" está registrada no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) como de autoria de Alfredo Ricardo do Nascimento, conhecido popularmente como Zé do Norte.

Uso na Cultura Popular

A música se tornou internacionalmente famosa após a versão adaptada por Zé do Norte e cantada por Vanja Orico para o filme "O Cangaceiro" (1953), que além de ganhar o prêmio de Melhor Filme de Aventura no Festival de Cannes, também recebeu menção especial do júri pela trilha sonora.

"Mulher Rendeira" foi gravada em 1957 por Volta Seca, um ex-membro do bando de Lampião, no álbum "Cantigas de Lampião" pela Todamerica. Além destes, foi interpretada por vários cantores brasileiros, como Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Chico César, Demônios da Garoa, e outros.

Foi traduzida para o inglês, e a versão mais famosa é de 1962 por The Shadows no álbum "Out Of The Shadows", com o nome "Bandit" e escrita por Michael Carr, Milton Nascimento e Zeb Turner. Há também versões de Tex Ritter, Frank Weir, Chaquito And The Quedo Brass, a cantora folk Joan Baez, a banda psicodélica The Eight Day. Existe também uma versão peruana "Mujer Hilandera" de Juaneco Y Su Combo.

No total, são mais de 120 versões da música em 7 línguas, e 14 países. Muitas não são traduções exatas mas mudam a letra mantendo a sonoridade.

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Lampião, visite o blog Famosos Que Partiram.



Mulher Rendeira

Olé, mulher rendeira,
olé mulher rendá.
Tu me ensina a fazer renda,
eu te ensino a namorar.
Olé, mulher rendeira,
olé mulher rendá.
Tu me ensina a fazer renda,
Que eu te ensino a namorar. (2x)

Lampião desceu a serra,
deu um baile no Cajazeiras
Botou as moças donzelas,
pra cantar "mulher rendeira"

As moçá de Vila Bela,
não tem mais ocupação.
Sé que fica na janela,
namorando Lampião

Olé, mulher rendeira,
olé mulher rendá.
Tu me ensina a fazer renda,
eu te ensino a namorar.

Olé, mulher rendeira,
olé mulher rendá.
Tu me ensina a fazer renda,
eu te ensino a namorar.



Fonte: Wikipédia

Disparada

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Título: Disparada
Compositor: Geraldo Vandré e Théo de Barros
Ano: 1966

"Disparada"é uma canção escrita por Geraldo Vandré e Théo de Barros e interpretada por Jair Rodrigues, acompanhado do Trio Maraiá e do Trio Novo. Uma das principais composições da época dos festivais de música popular brasileira, foi a vencedora do Festival Internacional da Canção em 1966, dividindo o primeiro lugar com "A Banda" de Chico Buarque de Holanda, quando houve verdadeira disputa com apostas em todo o país entre os adeptos de uma e outra composição.

O compositor Geraldo Vandré, nascido na Paraíba mas educado no Rio de Janeiro, vivenciou todo o período do golpe militar de 1964 ainda muito moço e ligado aos meios estudantis do Rio de Janeiro. Era época de nacionalismo exacerbado quando os jovens com um pouco de cultura e sensibilidade não se conformavam com as injustiças sociais imperantes no Brasil. Os meios musicais e literários, lideranças intelectuais do país, não estavam imunes aos movimentos sociais visando melhorias para as camadas mais pobres da população.

Geraldo Vandré participante dos movimentos estudantis também deu sua contribuição com composições muito significativas como "Disparada" e "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores", consideradas duas obras primas entre as músicas de cunho social.

Em "Disparada"Geraldo Vandré faz uma maravilhosa comparação entre a exploração das classes sociais pobres pelas mais ricas e a exploração das boiadas pelos boiadeiros, entre a maneira de se lidar com gado e se lidar com gente. A música composta por Geraldo Vandré e Théo de Barros complementou de forma perfeita os versos de Geraldo Vandré, e a interpretação de Jair Rodrigues deu forma final muito bonita aos versos e à música.

Logo após os anos de ouro dos festivais Geraldo Vandré isolou-se dos amigos passando a viver espartana e isoladamente. Théo de Barros continuou sua brilhante carreira de músico e arranjador, tendo se dedicado principalmente a jingles comerciais.



Disparada

Prepare o seu coração
Prás coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar

Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo prá consertar

Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei.
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu

Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos
Que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei

Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente

Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto prá enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe
Do que eu

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei


Fonte: Wikipédia

Samba de Uma Nota Só

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Título: Samba de Uma Nota Só
Compositor: Newton Mendonça e Tom Jobim
Ano: 1954

"Samba de Uma Nota Só" foi composta por Newton Mendonça em 1954 e só foi concluída, em parceria com Tom Jobim, em 1959. Na verdade, Tom Jobim relutou, por um bom tempo, em completar o que ele chamava de "sambinha", só terminando a música após muita insistência de Newton Mendonça.

"Samba de Uma Nota Só" é reconhecida como a segunda música brasileira mais gravada no mundo, depois de "Garota de Ipanema" e é considerada, no livro "Caminhos Cruzados: A Vida e a Música de Newton Mendonça", "o caso mais perfeito de ajustamento entre letra e música".

A letra em inglês, "One Note Samba", foi escrita por Tom Jobim.

Seu título refere-se à linha principal da melodia, no qual primeiro consiste em uma longa série de notas tocadas em um mesmo tom, no ritmo da bossa nova, geralmente D, tocado na chave de G. Os primeiros oito compassos consistem em D, seguidos por quatro compassos de G, e por fim quatro compassos de D. Aí depois segue-se quatro compassos de melodia mais variada.

A canção ficou bem conhecida depois de atingir uma vasta audiência através do LP de bossa nova "Jazz Samba" (Getz / Byrd Jobim) de 1962, ganhador do Grammy, e que alcançou o primeiro lugar no Billboard 200 em 1963.

Regravações Notáveis

  • 1960 - Sylvia Telles (Amor Em Hi-Fi)
  • 1962 - Stan Getz e Charlie Byrd (Jazz Samba)
  • 1962 - Quincy Jones (Big Band Bossa Nova)
  • 1963 - Tom Jobim (The Composer Of Desafinado, Plays)
  • 1963 - Eydie Gormé (Blame It On The Bossa Nova)
  • 1965 - Percy Faith (Latin Themes For Young Lovers)
  • 1965 - June Christy (Something Broadway, Something Latin)
  • 1966 - Sérgio Mendes (Herb Alpert Presents Sérgio Mendes & Brasil '66)
  • 1967 - Frank Sinatra e Tom Jobim (Sinatra & Company)
  • 1967 - Perrey And Kingsley (Kaleidoscopic Vibrations: Spotlight On The Moog)
  • 1973 - Barbra Streisand (Barbra Streisand And Other Musical Instruments)
  • 1981 - Ella Fitzgerald (Ella Abraça Jobim, Pablo)
  • 1996 - Stereolab Herbie Mann (Red Hot + Rio)
  • 1998 - Bossacucanova (Revisited Classics)
  • 1998 - Stereolab (Aluminum Tunes)
  • 1998 - Bebel Gilberto e Vinicius Cantuaria (Next Stop Wonderland)
  • 2000 - Eumir Deodato & Barbara Mendes (Bossa Nova - Filme)
  • 2001 - Al Jarreau (Expressions)
  • 2006 - Olivia Ong (A Girl Meets Bossa Nova 2)
  • 2008 - The Postmarks (By The Numbers)

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Tom Jobim, visite o blog Famosos Que Partiram.



Samba de Uma Nota Só

Eis aqui este sambinha feito numa nota só
Outras notas vão entrar mas a base é uma só
Esta outra é conseqüência do que acabo de dizer
Como eu sou a conseqüência inevitável de você

Quanta gente existe por aí que fala tanto e não diz nada
Ou quase nada
Já me utilizei de toda a escala e no final não sobrou nada, não deu em nada

E voltei pra minha nota como eu volto pra você
Vou contar com a minha nota como eu gosto de você
E quem quer todas as notas: ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só

E quem quer todas as notas: ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só


Fonte: Wikipédia

Tico-Tico No Fubá

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Título: Tico-Tico No Fubá
Compositor: Zequinha de Abreu
Ano: 1917

"Tico-Tico No Fubá"é uma canção de choro composta por Zequinha de Abreu. Com o tempo, tornou-se uma das canções brasileiras mais conhecidas de todos os tempos. Foi gravada pela pequena notável Carmen Miranda, pela "Rainha do Chorinho"Ademilde Fonseca, por Ray Conniff, entre outros cantores.

Vibrante e ao mesmo tempo sentimental, "Tico-Tico No Fubá"é o exemplo perfeito do choro clássico, em três partes, composto na melhor tradição do gênero. "Tico-Tico No Fubá" impressionou logo em sua primeira apresentação, em 1917, num baile em Santa Rita do Passa Quatro, SP, quando ganhou o nome de "Tico-Tico No Farelo". Razão do nome: a animação dos pares que dançavam em grande alvoroço, provocando o comentário do autor: "Até parece tico-tico no farelo..."

Logo "Tico-Tico No Fubá" tornou-se um sucesso por onde Zequinha de Abreu levava sua orquestra. A canção recebeu o nome atual em 1931, já que existia outra de mesmo título, composta por Canhoto"Tico-Tico No Fubá" só foi editada em 1930 e ganhou a primeira gravação no ano seguinte, 14 anos depois de criada, pela Orquestra Colbaz do maestro Gaó (1909-1992). Esta gravação, na Columbia, permaneceu em catálogo até o final dos anos 1940.

Eurico Barreiros foi o primeiro a acrescentar uma letra para o disco de 1942 na voz Ademilde Fonseca. Alvarenga, da dupla Alvarenga & Ranchinho, também pôs letra em "Tico-Tico No Fubá", com o subtítulo de "Vamos Dançar, Comadre".

Mas a interpretação de Carmen Miranda com versos de Aloysio de Oliveira foi a versão que internacionalizou a obra.

A composição foi usada em 1943 no filme de Walt Disney "Saludos Amigos" (Alô, Amigos) e no musical "Thousands Cheer" (A Filha do Comandante). Em 1944, em mais dois filmes: "Bathing Beauty" (Escola de Sereias) e "Kansas City Kitty" (Afinal de Quem é a Kitty?). Em 1947, novamente na voz de Carmen Miranda para o filme "Copacabana".

A gravação pela organista Ethel Smith em 1944 levou a canção ao 14º lugar na parada pop americana e vendeu mais de um milhão de cópias. Por esta gravação a música passou a ser conhecida no mundo inteiro por "Tico-Tico".

Tico-Tico No Fubá" também foi gravada em um disco da cantora Zizi Possi. Em 2009 foi regravada por Daniela Mercury em seu décimo terceiro álbum de estúdio, "Canibália".

Zequinha de Abreu faleceu em São Paulo a 22 de janeiro de 1935 sem saber que seu choro, sem nome e inacabado se tornaria um clássico internacional.

Em 1952 a Cia. Cinematográfica Vera Cruz produziu sob direção de Fernando de Barros e Adolfo Celi o filme "Tico-Tico No fubá" baseado na vida de Zequinha de Abreu, estrelado por Anselmo Duarte e Tônia Carrero.



Tico-Tico No Fubá

Tico-tico
Tico-tico
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer umas minhocas no pomar

Tico-tico
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer umas minhocas no pomar

Ó por favor, tire esse bicho do celeiro
Porque ele acaba comendo o fubá inteiro
Tira esse tico de cá, de cima do meu fubá
Tem tanta coisa que ele pode pinicar
Eu já fiz tudo para ver se conseguia
Botei alpiste para ver se ele comia
Botei um galo, um espantalho e alçapão
Mas ele acha que fubá é que é boa alimentação

O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer é mais minhoca e não fubá

Tico-tico
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer é mais minhoca e não fubá


Fonte: Wikipédia, Phonopress e Paixão e Romance

Admirável Gado Novo

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Título: Admirável Gado Novo
Compositor: Zé Ramalho
Ano: 1980

"Admirável Gado Novo" foi escrita na terceira pessoa, ou seja, é um narrador onisciente e objetivo quanto aos fatos relatados. Não é influenciado pelas próprias emoções, até porque ele mesmo não faz parte da narração.

O título da música é notadamente uma referência ao livro "Admirável Mundo Novo" do escritor Audous Huxley. Neste best-seller o escritor defende a ideia de que a sociedade do futuro suprimirá valores como o família, religião, privacidade, dúvida, amor, insatisfação, e todos os momentos da vida de seus cidadãos serão expressamente controlados pelo Estado, como cultura, entretenimento, trabalho, relações sociais. Quando alguns desses valores passam a não fazer mais sentido para alguém, então é a hora desse alguém tomar a "soma" - um comprimido que anestesia e elimina qualquer sintoma de insatisfação - basicamente um droga.

Fazendo um paralelo entre o livro e a música vemos alguns elementos em comum. Ambos possuem sociedades estruturadas em uma ordem rígida e de certa maneira opressora. Enquanto uma suprime valores como privacidade a outra trata seus cidadãos com "vida de gado".

Podemos notar também a intenção e compromisso de ambos os Estados em manter a ordem instaurada. O do livro se utiliza de uma droga, a "soma", enquanto o outro de promessas que nunca são cumpridas - "Vocês que fazem parte dessa massa que passa nos projetos do futuro".

Entenda "projetos do futuro" como uma promessa de que "dias melhores virão". Se hoje você esta insatisfeito e infeliz com a vida e com o sistema, deve manter a calma, pois o sistema está trabalhando para no futuro inverter este quandro e tornar a sua vida melhor. Tenha paciência. Nessa história a opressão do sistema se mantem irretocável.



Admirável Gado Novo

Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber

E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer

Êh, oô, vida de gado
Povo marcado êh
Povo feliz!

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal

E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou!

Êh, oô, vida de gado
Povo marcado êh
Povo feliz!

O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam esta vida numa cela

Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível,
Não voam, nem se pode flutuar

Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!


Fonte: Flor do Lácio

A Felicidade

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Título: A Felicidade
Compositor: Tom Jobim e Vinícius de Moraes
Ano: 1959

Música composta para o filme "Orfeu do Carnaval" de Marcel Camus, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes como Melhor Filme e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em Hollywood. Filme baseado na peça de Vinícius de Moraes "Orfeu da Conceição" que foi premiada em 1954 no concurso do IV Centenário da Cidade de São Paulo. Música que consagrou o cantor Agostinho dos Santos, inclusive internacionalmente devido ao grande sucesso do filme. Em 1959 foram feitas 25 gravações dessa música com diversos cantores. É considerada clássico dos compositores, clássico brasileiro e clássico da bossa nova!

A felicidade aborda o cotidiano comum do pobre que vê no carnaval sua felicidade contínua em três dias e que se finaliza na quarta-feira de cinzas. Além disso, a letra apresenta várias definições para esse tema, sempre finalizando em cada estrofe como um reforço de que é apenas algo passageiro e de tempo menor ao de sua ausência. É como podemos verificar em "Voa tão leve, mas tem a vida breve, precisa que haja vento sem parar..."

Felicidade é um daqueles conceitos simples e ao mesmo tempo, complexo. É subjetivo e é consenso de que é momentâneo como reforça a canção de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Felicidade para nós, amantes da boa música é contemplar uma canção como essa. A grande lição que absorvemos é aproveitarmos ao extremo os momentos que definimos como felizes e nos esforçarmos para estarmos aptos a passar por aqueles momentos em que julgamos ausentes de felicidade, preparando caminho para outros momentos felizes!

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, visite o blog Famosos Que Partiram.



A Felicidade

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei, de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor

Tristeza não tem fim
Felicidade sim




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