Título: Odeon
Música: Ernesto Nazareth
Letra: Vinícius de Moraes
Ano Música / Letra: 1910 / Década 60
"Odeon"é um chorinho com música de Ernesto Nazareth composta em 1910 e letra original de Vinicius de Moraes, em outra versão escrita por Ubaldo Maurício, composto em homenagem ao Cinema Odeon, localizado na Cinelândia, no centro da cidade do Rio de Janeiro.
História
Em 1908, Ernesto Nazareth foi contratado para animar a sala de espera do Cinema Odeon, o mais luxuoso da cidade do Rio de Janeiro.
Em 1910, Ernesto Nazareth compôs e dedicou esta canção "à distinta empresa Zambelli & Cia.", proprietária do Cinema Odeon. Muitas pessoas frequentavam o Cinema Odeon só para ouvi-lo tocar, deixando inclusive de assistir aos filmes.
Durante a vida de Ernesto Nazareth, "Odeon" não foi uma peça de especial destaque, tendo sido gravada apenas em 1912, pelo próprio compositor juntamente com Pedro de Alcântara ao flautim. A canção só tornou-se seu maior sucesso após sua morte, especialmente depois que recebeu letra do poeta Vinicius de Moraes na década de 60.
Em 2000, a canção fez parte da trilha-sonora da novela "O Cravo e a Rosa" com versão de Sérgio Saraceni.
Até 2012, a canção alcançou a impressionante marca de 325 gravações comerciais, feitas em diversos países.
Nara Leão
O LP "Nara Leão" foi registrado em outubro de 1968, nos estúdios da gravadora Philips, com orquestração e arranjos de Rogério Duprat, um dos maestros da Tropicália.
Uma das músicas de destaque era uma composição instrumental de 1910 que só tinha recebido letra havia pouco tempo, ainda naquele ano. Na capa do LP estava a explicação dada por Nara Leão:
"Em 1908, Ernesto Nazareth foi contratado para animar a sala de espera do cinema Odeon, na avenida Rio Branco, 137, no Rio de Janeiro. Muita gente comprava ingresso para o filme, mas passava a tarde ouvindo o seu piano. (...)
Em 1968, a meu pedido, Vinicius de Moraes fez a letra do chorinho que Ernesto Nazareth chamou de 'Odeon'".
Essa parceria inusitada de Ernesto Nazareth com Vinicius de Moraes, nascidos com 50 anos de diferença e mais de 30 anos após a morte do próprio Ernesto Nazareth, fez surgir um dos clássicos da música popular brasileira.
"Odeon" foi incluída na série de cerca de cem "Tangos Brasileiros" feitos para piano por Ernesto Nazareth. Sua obra, entre polcas, choros, tangos e peças clássicas, é um marco na música brasileira.
Para conhecer mais sobre a vida e obra de Ernesto Nazareth e Vinicius de Moraes, visite o blog Famosos Que Partiram.
Odeon
Ai, quem me dera
O meu chorinho
Tanto tempo abandonado
E a melancolia que eu sentia
Quando ouvia
Ele fazer tanto chorar
Ai, nem me lembro
Há tanto, tanto
Todo o encanto
De um passado
Que era lindo
Era triste, era bom
Igualzinho a um chorinho
Chamado odeon
Terçando flauta e cavaquinho
Meu chorinho se desata
Tira da canção do violão
Esse bordão
Que me dá vida
Que me mata
É só carinho
O meu chorinho
Quando pega e chega
Assim devagarzinho
Meia-luz, meia-voz, meio tom
Meu chorinho chamado odeon
Ah, vem depressa
Chorinho querido, vem
Mostrar a graça
Que o choro sentido tem
Quanto tempo passou
Quanta coisa mudou
Já ninguém chora mais por ninguém
Ah, quem diria que um dia
Chorinho meu, você viria
Com a graça que o amor lhe deu
Pra dizer "não faz mal
Tanto faz, tanto fez
Eu voltei pra chorar com vocês"
Chora bastante meu chorinho
Teu chorinho de saudade
Diz ao bandolim pra não tocar
Tão lindo assim
Porque parece até maldade
Ai, meu chorinho
Eu só queria
Transformar em realidade
A poesia
Ai, que lindo, ai, que triste, ai, que bom
De um chorinho chamado odeon
Chorinho antigo, chorinho amigo
Eu até hoje ainda percebo essa ilusão
Essa saudade que vai comigo
E até parece aquela prece
Que sai só do coração
Se eu pudesse recordar
E ser criança
Se eu pudesse renovar
Minha esperança
Se eu pudesse me lembrar
Como se dança
Esse chorinho
Que hoje em dia
Ninguém sabe mais
O meu chorinho
Tanto tempo abandonado
E a melancolia que eu sentia
Quando ouvia
Ele fazer tanto chorar
Ai, nem me lembro
Há tanto, tanto
Todo o encanto
De um passado
Que era lindo
Era triste, era bom
Igualzinho a um chorinho
Chamado odeon
Terçando flauta e cavaquinho
Meu chorinho se desata
Tira da canção do violão
Esse bordão
Que me dá vida
Que me mata
É só carinho
O meu chorinho
Quando pega e chega
Assim devagarzinho
Meia-luz, meia-voz, meio tom
Meu chorinho chamado odeon
Ah, vem depressa
Chorinho querido, vem
Mostrar a graça
Que o choro sentido tem
Quanto tempo passou
Quanta coisa mudou
Já ninguém chora mais por ninguém
Ah, quem diria que um dia
Chorinho meu, você viria
Com a graça que o amor lhe deu
Pra dizer "não faz mal
Tanto faz, tanto fez
Eu voltei pra chorar com vocês"
Chora bastante meu chorinho
Teu chorinho de saudade
Diz ao bandolim pra não tocar
Tão lindo assim
Porque parece até maldade
Ai, meu chorinho
Eu só queria
Transformar em realidade
A poesia
Ai, que lindo, ai, que triste, ai, que bom
De um chorinho chamado odeon
Chorinho antigo, chorinho amigo
Eu até hoje ainda percebo essa ilusão
Essa saudade que vai comigo
E até parece aquela prece
Que sai só do coração
Se eu pudesse recordar
E ser criança
Se eu pudesse renovar
Minha esperança
Se eu pudesse me lembrar
Como se dança
Esse chorinho
Que hoje em dia
Ninguém sabe mais